domingo, 29 de janeiro de 2017

NO.5






Bright Places é um tema que não podia faltar no meu blogue. Englobará todos os locais que tenciono conhecer, visitar, explorar, enfim, todos os que me conseguir ir lembrando de partilhar convosco.

Quando penso local para viajar, não pondero nada como Londres ou Canadá. Tenciono lá ir, futuramente, mas não constam como prioridade. Viajar para mim tem como objetivo ver para além do que os nossos olhos conseguem enxergar, é adquirir o máximo de conhecimento que o local tem a transmitir-nos, refiro-me em termos de cultura. Não tenciono fazer uma primeira viagem a fim de tirar umas fotografias bonitas e publicar nas redes sociais. Isso seria criar memórias para os outros, não para mim, (uma vez mais quero acentuar a importância do “eu”, do “para nós” e “por nós”). Há memórias que devem ser apenas nossas, e só devemos partilha-las caso estas sejam motivo de inspiração e ajuda ao próximo, pois como é obvio também se aprende através das experiências dos outros.
Isto tudo, para revelar o bright place que consta em número um na minha lista: Cabo Verde.
Por acaso as águas cristalinas chamam a minha atenção, mas não é o que pretendo alcançar quando lá chegar. Como referi anteriormente, viajar é muito, mas muito mais do que aquilo que os olhos (e câmaras fotográficas) conseguem enxergar. Mesmo nunca tendo saído de Portugal, faço parte de uma geração informada com fácil acesso ao mundo lá fora através da mídia, e sempre me incomodou as desigualdades sociais brutais que se fazem sentir em vários focos do mundo. Quero pegar na minha revolta e levá-la comigo, vivenciar o modo de vida dos que desconhecem a definição de luxo. Porque não vale de nada lamentar algo que nunca se sentiu. Lamentar, encolher os ombros e viver na nossa realidade, não irá mudar o que se passa lá fora. E eu, de uma maneira ou de outra, quero fazer a diferença. Desejo arrancar o sorriso de uma criança de Cabo Verde, conviver com as comunidades e viver durante um determinado período de tempo longe das facilidades onde cresci. Sei que não irei desfazer a pobreza em que vivem essas pessoas, nem tão pouco mudar o mundo. Sou apenas eu. Eu junto da minha imensa vontade de evoluir enquanto pessoa.

Tenho andado a pesquisar sobre projetos de voluntariado. Assim que tiver a minha vida organizada em Portugal, estarei de partida por um tempo indeterminado. Infelizmente terei de esperar ansiosamente por esse dia… provavelmente anos. Enquanto não chega a hora, visitarei outros locais que desejo profundamente ver e mencionarei aqui mesmo! 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

NO.4








Fecho momentaneamente os olhos e visualizo uma menina de olhos esbugalhados, olhando para a sua mãe e prometendo-lhe que um dia a levaria a viajar. E noutro cenário, vejo a menina numa outra conversa com a mãe, ambas de mãos firmemente entrelaçadas, ficou a promessa de sempre se amarem daqui até à Lua. Dou por mim a retroceder e a relembrar…, vejo a menina agarrada à mãe, sorridente, jurando que a mãe seria sempre a sua melhor amiga. Só podia confiar na mamã, porque só a mamã a amava como ninguém.  

Volto a abrir os olhos, estou a olhar para o vazio enquanto a minha mãe me dá um sermão daqueles que duram cinco minutos seguidos, sem pausas. Estou cansada de discutir com ela, desde os meus dezoito anos que não achamos meio de nos entender. A maior parte das vezes perco a cabeça, digo o que não devo, palavras que fluem do pensamento, nunca do coração, e depois claro…fico-me a sentir péssima enquanto filha. Quero expressar o quanto gosto dela, o quanto a quero compensar, dizer que sim, que ela está certa, mas o que realmente sobressai é o orgulho resumido num par de palavras “Vá mãe, chega. Deixa-me estar.” Mas mãe, eu entendo-te. Eu oiço-te, na hora ou depois, mas é nas tuas palavras que eu acabo sempre por reflectir. E por mais que discordamos, por mais que seja difícil compreenderes as minhas vontades, só te peço pelo menos confiança na educação que me deste. Porque eu sou um pouco de ti, e ser tu, minha mãe, ser tu é estar lá para o próximo, é ser-se humilde nas grandes e pequenas fases da vida, é saber dar sem esperar retorno. Ser tu, é enfrentar a vida de frente, é vingar com o sucesso, é matar com amor, é proteger, é brilhar, é sorrir e iluminar, é gostar incondicionalmente.
É isso. Sou apenas um pouco de ti. Quarenta porcento tu, com os teus valores, sessenta porcento eu, com o meu feitio. Os teus valores guiam-me, o meu feitio protege-me. Porque mãe, nesta sociedade já não se pode ser apenas boa pessoa. Eu tenho a minha máscara, os meus fracassos, os meus ódios, os meus pecados… Infelizmente, nasci para ser mais eu do que tu, mas não deixo de te ter em mim…se me souberes olhar nos olhos quando me olhavas quando eu era pequenina, verás a verdade em mim.

Não percas a esperança na nossa viajem e na nossa casa na praia. Não percas a esperança em mim,

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

NO.3


“Meu Deus, usas tanta maquilhagem!”
“Meu Deus, não te maquilhaste hoje pois não?”
“Lês? Não gostas de ler? Que falta de cultura…”
“Lês? Vive mas é no mundo real.”
 “Essas calças fazem-te parecer ainda mais cheia!”
“Essas calças fazem-te parecer ainda mais magra!”
“Vais usar aparelho? Precisas…”
“Vais usar aparelho? E se te ficar mal?”
“Então e namorado(a)? Vais acabar sozinha...”
“Então e namorado(a)? Já vais em quantos?”


Já estive em ambos os lados. Tudo o que acima leram, da exata maneira como escrevi, foi-me dito em duas diferentes fases da minha vida. Este post é muito simples e direto. Por experiência própria, partilho com vocês esta minha pequena reflexão: Há 7 mil milhões de pessoas nesta porra de planeta. Ou escolhes que a tua vida se resuma a agradar uma por uma, ou escolhes ganhar amor-próprio. 

domingo, 22 de janeiro de 2017

NO.2




Chamam-lhe de heartbreak, quando estamos debaixo dos cobertores, recolhidos na nossa insignificância, a tentar controlar a respiração e em simultâneo a pensar como é que algo tão certo, deu tão errado. Não conseguimos dormir, porque a ânsia não deixa. E acordar é todos os dias a certeza de que a realidade não desmente o pesadelo. Um novo dia, é mais um dia sem saber como fingir que está tudo bem, quando na verdade, o teu interior está desfeito. Algo se quebrou. Não sabes se para sempre, mas temes que assim seja e dás por ti a rezar que passe. Que passe o quanto antes. Que algo, alguma coisa leve a dor que nunca se ausenta do teu peito. E a única coisa que passa é o tempo, e o tempo só te vai fazendo aperceber que por mais que bebas, por mais que fumes, por mais que tentes ser outra pessoa que não tu, acabas sempre por voltar ao tormento. E quando sabes que não tens paz, nem mesmo longe da sobriedade, sabes então que a pessoa não te magoou. Destruiu mesmo.
É o que lhe chamam. De heartbreak.
Esse era o meu estado até há bem pouco tempo. Perdi o rumo, perdi-me de tudo e de todos. De mim mesma. Um desgosto amoroso não é apenas um drama pessoal, é uma dor tão aceitável e que deve ser compreendida e acompanhada, como qualquer outra dor. É sério, fez-me perder 10 kg. Só não me matou, porque não calhou. E quanto mais ouvia "calma, tens a vida toda pela frente para encontrar alguém", mais frustrada me sentia. O objetivo não é fazer-nos ver o óbvio - que teremos de seguir em frente, sem a pessoa, porque é esse mesmo pensamento que nos bate constantemente. Saber que estás tão mal, deste tanto e a pessoa dorme com tudo de consciência limpa. A mágoa vai-se tornando em revolta. De repente, beber é um hábito que começa a fazer efeito. O fumo vai-te confortando. A sobriedade deixa de te assustar, sabes que a podes desligar quando quiseres. Já dominas, começas a controlar-te, a saber canalizar as tuas emoções, ainda que haja alguma angustia presente. Mas é algo tão costumeiro, que adormece em nós. Está lá, sentimos, mas tanto faz. E o mundo torna-se nisso mesmo, um tanto faz.
É o que lhe chamam, as consequências de um heartbreak.
Se passa? Claro que passa. Mas nada fica igual, o que nem sempre é mau. Eu pelo menos gosto da mudança. Passar tanto tempo resumida a mim mesma, fez-me conhecer um lado de mim que desconhecia até agora. Aceitei que a minha felicidade não está nem tem de estar dependente de outra pessoa, porque toda a gente está sujeita a ir. Deixar a felicidade nas mãos de outro alguém, é o mesmo que largar uma folha de papel ao vento. Tanto pode rodopiar, ir e voltar, como pode esvoaçar para bem longe...e tu ficares. Não! Afinal de contas não somos menos que ninguém, o teu orgulho conta, os teus sentimentos contam, a tua existência conta. Depender de alguém tornou-se um tabu na minha vida, o que não implica necessariamente deixar de confiar. Fechei-me ao mundo, é verdade, mas ganhei coragem de voltar a mostrar-me. Apenas mais confiante, decidida e esperta. Com os meus vícios e inseguranças guardados, porque só eu devo saber os meus limites. Mais ninguém. Se estiver no fundo do poço, prefiro ter-me a mim mesma, voltar a subir por mim mesma, porque sei que já o fiz antes.
Quem supera um desgosto, não se torna necessariamente numa pessoa mais fria, tão pouco isolada. Apenas mais racional. Se alguém tiver de vir, que seja. Caso contrário, vá na paz do Senhor.
Eu vou aqui ficando, na minha, sem expectativas, bebendo aqui e ali, vivendo a vida como sei, valorizando o simples e o complexo.









sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

NO.1



"I can't control my feelings, but I hate how my feelings can control me"

Quantas vezes deste por ti a dizer 'não me vou deixar magoar', e no final de contas deixaste-te levar? Quantas foram as vezes que deste, e ficaste sem? Quantas? Quantas vezes deste por ti a sentir-te usado(a), gozado(a)? Quantas vezes te massacraste por tropeçar uma e outra vez nos mesmos erros? Quantas vezes desejaste apagar um sentimento? E as memórias? E a saudade? Quantas vezes quiseste nunca mais voltar a sentir, apagar as emoções em ti?
Quantas? 
Quantas bastaram, e quantas precisares. Porque, por mais que as desilusões te saturem, por mais que a vida te desgaste, é assim mesmo. Porque, afinal de contas... quantas vezes conseguiste ultrapassar tudo isso e ser capaz de confiar novamente?
Exato. É para isso mesmo que servem os sentimentos, dão-nos a oportunidade de adormecer as magoas e criar novas memórias junto de outro alguém. Os sentimentos, aqueles que nos destroem, são os mesmos que nos reconstroem. Fecham uma porta, e abrem outra, seja a um futuro amigo ou uma próxima paixão. Venham ou não para ficar. E essas pessoas vão deixando marcas em nós, lições. Umas boas, outras nem tanto. Mas são essas marcas que te vão definindo e te fazem aprender a avaliar quem vier a seguir. E a seguir...e a seguir. As desilusões constroem as tuas expectativas nas pessoas, até que chegue o dia que essas expectativas são preenchidas pela pessoa certa. Será aquela pessoa para a qual tu olharás e te fará pensar - 'onde estiveste toda a minha vida?'. Portanto dá graças a Deus por não estares sob controlo total dos teus sentimentos, mas sim os sentimentos sob controlo total de ti. 
Isto porque lembrei-me de um dia a minha mãe dizer-me, 'é bom sentir'. Tão simples quanto isso.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Call me Mars.



21 Primaveras me definem. Sou como sou, da maneira que sou. Simples mas complicada. Um tanto dramática, um tanto carpe diem. Sou aérea, tropeço no próprio pé, colecciono momentos embaraçosos, mudo de humor o quão depressa mudam as fases da lua. Mas sou apaixonada pela vida, e não encontro melhor forma de a viver senão a meu jeito.

Ah, e outro aspecto relevante a meu respeito e que, por acaso, é o motivo de existência deste blogue: adoro, amo e venero a escrita. É a minha melhor forma de expressar e canalizar todas e cada uma das minhas emoções, e aqui encontrarão textos básicos como também profundos, sobre tudo e sobre nada. Espero que ao lerem as minhas palavras se sintam tão bem quanto eu a escrevê-las.